sexta-feira, 11 de maio de 2012

Velha Infância

Lembro pouco desse dia. Tivemos um breve luau com amigos na praia. Aos poucos se dissiparam, nós ficamos dividindo uma cerveja na porta da universidade. Você se sentou, pediu prá eu sentar ao seu lado. Falava, me abraçava embriagado. E eu só lembrando do dia em que você pediu prá não deixar minha boca tão perto da sua - então por que a sua estava tão perto da minha?
 
Você então lembra de uma música que ouviu e que te fez lembrar de mim...

"Você é assim, um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor...
E a gente canta, e a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança - A gente brinca
Na nossa velha infância...
Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só...
Você é assim, um sonho pra mim
Quero te encher de beijos
Eu penso em você desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Eu gosto de você e gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor..."

E ignorando todos à nossa volta, fizemos um dueto, como quem canta prá lua avermelhada que brotava no horizonte. Não podia dar certo: falhamos miseravelmente na missão de deixar tudo como estava.

Estávamos sós, no ponto de ônibus. Eu me escorava em você, talvez pelo sono, talvez pelo álcool ingerido. Ficamos perto o suficiente para sentirmos a respiração um do outro, o que se tornou irresistível. Você me senta na mureta do ponto, segura meus cabelos, me observa me dissolvendo em suas mãos... Depois conversamos, nos abraçamos e brincamos como um casal de namorados felizes. Como se o resto do mundo tivesse deixado de existir.

Foi bom... Muito bom... Mas o que há de ser depois?

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