quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"É amor ou amizade?". "É perda de tempo."

Já não bastavam tantos outros sinais??? As expressões não-verbais?

Prá minha surpresa, Perón me ligou novamente. Dessa vez só prá falar amenidades e perguntar o que devia vestir práquele dia. Era isso mesmo, produção?

Era. Mais tarde nos encontraríamos, cumpriríamos nossas tarefas de autoridades, e com a felicidade desse cumprimento, ele não hesitou ao chegarmos ao hall: me puxou prá dançar um ritmo que nem ele conhecia. Quase caí - enquanto seus braços me seguravam firme - ou pisei nos seus pés uma dezena de vezes. Até que, depois de insinuação dos outros presentes dos nossos passos desorcodenados, ele finalmente pinça uma música da memória. Dançamos um samba-canção.

Dança já é uma coisa que me relaxa mentalmente. É prazeroso sentir o corpo balançando num ritmo. Quando o fiz com o corpo junto ao dele, foi inexplicável. Eu só tinha sentido aquilo naqueles sonhos que tive que eram tremendamente reais. Nossos corpos balançando ao som daquela canção, ignorando os transeuntes, sentindo minha perna roçando na dele. No meu ouvido, o sussurrar do tema. Dez minutos se passaram? Nem sei...

Subimos as escadas prá esperar outros colegas. Sentei e troquei mensagens com alguém pelo telefone. Era minha irmã, mas quando notei a agonia dele em tentar olhar prá tela do meu celular, provoquei ainda mais. Sorri maliciosamente e virei o aparelho de costas prá ele. Mais: fui embora sem fazer questão do abraço. Dei-lhe um amistoso tapinha no ombro e disse "tchau".

To me sentindo a mais maléfica das bruxas...

E isso é bom!!! HÁ!



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pense bem, jealous guy!


Quando a gente ama, tudo se torna doce. Até mesmo um pequeno ataque de ciúme.

Ciúme é bom quando a gente não tem que levar prá cama... A gente simplesmente desliga o telefone e voi là! Quando é assim a gente acha até bonitinho... E quando vivemos na indefinição de sentimentos que não podem ser confessados, achamos até ser uma prova de amor.

Você já tinha mostrado certa tendência a sentir ciúmes daquele professor, mas foi a primeira vez que confessou descaradamente. Reclamou que dou risadas demais naquelas aulas. Que sente ciúmes sim, porque achava que era o único a me fazer rir. Sua confissão foi quase pueril - obviamente que você sabia que não era a única pessoa do mundo a me fazer rir, não é? No entanto, imaginou que pudesse ser o único. Eu compreendo, pois também sonho ser a única em quem você pensa o dia inteiro.

Devo confessar que você não é o único, mas o que me faz rir mais feliz? Não, você já sabe, ou sabia antes d'eu decidir te tirar do coração. Talvez confirmar o que você tanto deseja seria pôr tudo a perder - e voltar a me perder mais uma vez nesses caminhos de paixão e desespero. Não quero mais isso prá mim. Eu já decidi o que quero, mas você já decidiu o que quer prá você? Se se sente assim apenas por não ser o alvo das minhas risadas, imagina quando se vir obrigado a me ver com outro alguém?

Pense bem, antes que seja tarde.

Pense bem.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Kabbalah do Amor

Minha caminhada seguiu livre de ti. Todos os atalhos peguei prá te evitar. Acho que você não percebeu, porque insistiu em chamar minha atenção. Será que Elisa tinha razão? Deveria eu chamar-te a uma conversa? Creio nos sinais do Universo, e se ele indicasse assim, assim eu faria.

Mas os momentos escaparam das minhas mãos, achei melhor deixar prá lá. A saudade foi apertando em mim, mas não demorou pro Universo agir, você me ligou: o banco, estranhamente, entrou em contato com você para me mandar um recado. MAS COMO??? Oficialmente não temos vínculo nenhum, nada além da boa e velha amizade. Como o banco te localizou prá poder me localizar?? "Que bruxaria é essa??"... Ah, só podia ser brincadeira!! Mas vi que não era porque você anotou o número prá onde eu deveria ligar... E era verdade!

Me espantei ainda mais porque não foi você que atendeu a ligação do banco, e sim sua companheira. Poxa, eu já tinha apagado todos os resquícios seus da minha vida justamente prá não provocá-la, agora parece que a própria Vida decidiu trollá-la. Imagino a cara dela quando atendeu a moça do banco perguntando por mim... Ela deve estar amaldiçoando-me até a sétima geração! E eu me perguntando ainda: "como é que pode?"...

O que acontece é que, meses antes, eu carreguei créditos no seu celular através da conta bancária. Daí eles mantiveram o número registrado como se fosse meu. Como diz a Kabbalah, tudo o que colhemos hoje, fôra plantado outrora. Acontece que, pro bem ou pro mal, um ato generoso - e sem nenhuma outra intenção - da minha parte ficou gravado, não só no Livro da Vida, mas também nos registros do banco. E se eu mesma tinha decidido parar de provocar minha rival, o banco decidiu fazer isso por mim.

Algo, nessa vida, é por acaso?? Eu continuo achando que não...


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

One step closer

"Isso não significa o que será, significa o que já foi. (...) Os ferimentos não ficarão pra sempre, desaparecerão ou deixarão pequenas marcas. Com ou sem cicatriz, tudo continua..."

A Vida, essa brincalhona, sempre continua. Não entendi quando me chamou de "menina de olhar profundo",  nem quando tentou me explicar, mas já era tarde: você parecia precisar desligar o telefone.

Então, me diga você: o que será dessa "menina de olhar profundo"?

Aguardemos o próximo sonho a ser interpretado...




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O primeiro dia do resto de nossas vidas

Num dia que já começou estressante, meu telefone toca no ônibus. Não reconheço o número e hesito em atender. Acabo atendendo.

Do outro lado, aquela voz que eu já conhecia e que não ouvia tinha tempo. O inesquecível tem reconhecimento imediato. "Poxa, tem tanto tempo que não nos falamos...". Exatamente, porque eu simplesmente queria esquecer.  Além do que, eu sabia que nos encontraríamos no fim do dia, não era? Sua saudade não aguentaria até lá, pelo jeito...

O ligação divertida foi interrompida pelo péssimo sinal da operadora. Você ainda tentou me ligar mais uma vez, mas tudo que recebi foi um SMS da operadora avisando que seu número tinha me ligado. Paciência então.

No intervalo da minha aula, ele chega  - atrasado, como sempre. Mas parou prá cumprimentar a todos e parar perto de mim, sem deixar de comentar sobre uma foto minha que eu tinha postado na rede social. "Aquilo era anilina mesmo?". Fiz que sim com a cabeça, mas mostrei minha nova cabeleira cor de fogo. "Mas assim tá bonitinho, né?". Passou a mão pelo meu cabelo de forma letárgica, sem responder nada. Se despediu pra ir à aula.

Eu estava estranhamente em paz. Simplesmente decidi não soltar fogos por cada pequeno afago. Se eu tiver que celebrar algo, que seja algo concreto. Assim, ao terminar a aula, fui esperar o ônibus, enquanto eu sabia que ele estaria há apenas alguns metros de distância. Não fui até lá.

Dentro do ônibus, ele parou prá conversar com uma de minhas irmãs que estava sentada ao meu lado. Me olhou, abriu um sorriso largo e aparentemente sem porquê, me ofereceu sua lata de refrigerante. Ele prosseguiu conversando com minha irmã, e eu distante. Na verdade, eu também estava muito cansada com a semana que eu estava tendo, nem era charme não... Mas fiquei feliz quando ouvi de uma conquista que ele estava esperando há um tempo. Agradeci aos céus por isso, ainda em silêncio, ainda fingindo distância.

Até que ele sentou no banco de trás do meu. Começaram as cutucadas. Quando vi, já estávamos travando uma batalha infantil prá saber que daria mais tapas no outro. Acho que ganhei, porque enquanto ele segurava firmemente meu braço direito, o esquerdo deu um tapa certeiro na parte interna do braço que me segurava. Ele me soltou e fez uma careta, rindo ao mesmo tempo. Satisfeita com minha vitória, me concentrei a descer no ponto que já estava próximo.

Saímos do ônibus, ele veio me abraçar pra se despedir. E abraçou forte. Soltei um gemido, e ele abraçou mais forte ainda. E mais forte. E quanto mais eu dizia "aaaaiiiiii", mais forte o abraço ficava. Pensei que ia morrer - e dessa vez não foi de emoção, foi de asfixia mesmo. Tentei me soltar e acho que ele também entendeu que estava no limite. Abraçou minha irmã e lá foi ele, sem dizer uma palavra, enquanto eu ia prá direção oposta. Notei meus braços marcados dos tapas dados por ele e sorri.

Eu, decididamente, não sou normal.