terça-feira, 25 de dezembro de 2012

E o mundo não acabou...

Ao teu encontro, teu olho brilha, teu sorriso abre, seu rosto ilumina. Impossível não notar. Passamos o dia juntos, nos abraçamos, tentei te ajudar, "para de me remendar""só não larguei tudo por causa de você", e eu achando que estava enlouquecendo. "Amore mio", bobagens mil, a cruz de malta enrubescendo, "mas isso não tem nada a ver com nós dois...""não entendi sua preocupação", guarda teu trabalho, teu olho castanho. Saímos e do meu lado uma moeda parece saltar ao chão. "Vai ver um anjo passou e jogou essa moeda prá você". Sim, eu sei, pensei o mesmo. Num dia que não precisava ter fim, não dissemos adeus. E no dia seguinte, tudo se repete: te encontro, teu rosto ilumina, e eu tento me controlar para não transparecer o mesmo enquanto sua mão busca meu quadril.

Dessa vez os anjos deixaram as moedas de lado: encontrei uma nota de 10 reais no chão. Você sorri, sonolento, pega na minha mão e a abriga na sua. Os dedos se abrem e se entrelaçam, se acomodando. Era como estar protegida debaixo das suas asas, como ser pequenina e usar sua mão de cobertor. Deitei a cabeça no seu ombro com medo de me mover um milímetro a mais e acabar acordando daquele sonho. Mas era real, você ali, com tanto medo quanto eu de se mover um milímetro. Era um momento tão perfeito no tempo e no espaço que qualquer excedente poderia estragá-lo. Não temíamos o fim do mundo, mas o fim daquele momento.

A gente desce, se abraça, deseja boas festas um ao outro você me lança mais uma vez aquele seu olhar pedinte - enquanto peço forças aos céus. Como resistir àquele brilho no olhar? Àquela covinha que você revela marotamente num sorriso - sorriso esse que me devora?

Adeus, preciso ir-me! Pare de me hipnotizar com seus gracejos! Já me deste as respostas que eu precisava. E assim levo comigo, entre outras coisas, o toque da sua mão na minha, a sensação dos dedos atrelados aos seus. E assim vou prá casa celebrando a vida, porque perguntei e fui ouvida.

Até o ano que vem!




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

"If you walk out on me, I'm walking after you..."

Todas as romanticidades expostas em minha carne crua. Me expus prá você, e tudo que você soube dizer era que não podia retribuir. Até achava bonito - mas, oras, achar bonito muitos acham! Larguei a mão de ser besta e me pus em meu lugar: não era o que você queria? Parecia ser...

Mal nos encontramos nessa semana. Ontem nos vimos, mas eu mal lhe encarava. Por que você ainda dizia tanto o meu nome? Questões que rodavam em minha cabeça, que já andava cheia de preocupações. Procurei não pensar, só me afastar.

Na sala escura, você chegou sua cadeira perto da minha. Eu só queria entender porquê. Tudo que lhe dei não foi suficiente? Eu só queria me livrar da dor, esquecê-la um pouquinho, e tudo que tive foi uma bad trip. Nunca mais. Fui embora sem dizer-lhe adeus, você também não sabia o que me dizer.

Tive medo de te encontrar hoje. Tenho medo de voltar a dividir momentos com você. Tenho medo. Tenho medo. Tenho medo.

E quanto mais o medo me consome, mais eu fujo. Daí você arranja outros meios de invadir minha vida - esse tão falado invento de Graham Bell.

Me livra desse tormento?

sábado, 1 de dezembro de 2012

Deixe o amanhã dizer

Dormir e acordar ouvindo você. Parece um sonho, o começo de tudo. É bom saber que você confia em mim nos momentos mais angustiantes, mesmo que os fatos doam mais em mim. Mas é bom me sentir seu porto seguro, sua tábua de salvação. A sensação deve ser compreensível apenas aos anjos da guarda. E eu quero ser seu anjo, anjo de força, anjo esperança, seu anjo nu. Se a recompensa for o seu boa noite abafado todas as noites, eu aceito. Mas me deixe dividir tudo com você de perto, me deixe abençoar seu sono, me deixe tornar os obstáculos menores ao seu lado! Juntos seremos alados, não haverá força que nos conterá!
A natureza aguarda e junto dela estarei prá ouvir o seu "sim".