quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Não era a intenção


É, tá doendo. Eu pensei que eu já tinha superado, mas parece que não... Quem dera as coisas sempre acontecessem conforme nós planejamos! Quem dera eu entender e controlar meu coração, mas a comunicação aqui parece não funcionar bem... Que seja!

Eu não quero te incomodar com minhas chatices, acho que já te atrapalhei demais, mas como sou tão ou mais adepta do "papo reto" que você, eu não resisto a fazer um pouco de drama diante de pequenas bobagens do dia-a-dia.

Sim, eu to incomodada. Pior: tenho um monte de outras coisas na minha vida prá resolver e fico pensando nisso. Mas não tem importância, eu vou seguir, já caí de cavalos bem maiores... Eu só queria que você entendesse que eu vou precisar me retirar, vou precisar me afastar, acho que será mais saudável para todos. Estou realmente feliz por você estar feliz, eu só não estou feliz por mim mesma neste momento...

Que a vida continue enchendo sua vida de alegria, de momentos de plenitude. Duvido que alguém nesse mundo torça mais por você que eu. Mas às vezes eu preciso torcer por mim mesma.

Desculpe meu excesso de drama, desculpe as contradições, desculpe pelas vezes em que te constrangi. Desculpe por agora. Não era a intenção, de verdade.

Seja muito, muito feliz.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Boa noite!

Olhei prá baixo e vi seu tornozelo sujo de tinta. Sorri por dentro: as coisas pareciam estar dando certo prá você. Minhas orações devem estar sendo ouvidas.

Eu só queria dizer o quanto estou feliz. E o quanto amo quando os céus espalham generosidade no seu caminho.

Ah: te amo! Eu só queria dizer isso também.

Boa noite!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Coincidências existem?

Sonhos que se repetem. Isso é normal? Parece que o Universo quer nos dizer algo...

Mas você ignorou os sinais. Simplesmente abafou a voz no telefone e mandou um beijo molhado prá sua loira, só sua, apesar de você mesmo estranhar o fato.

Mandei uma foto minha de uns 3 anos atrás. "Foi assim que você me viu no seu sonho??". Você não soube expressar em palavras seu assombro. Era como se você tivesse visitado meu passado. A palavra mais repetida por você era "medo".

Que já nos conhecíamos era impressão clara prá mim, isso desde que nos conhecemos. Conforme nossa convivência, alguns sonhos da adolescência pularam à minha frente, com seus cenários e personagens se repetindo na minha realidade, sempre com seu lugar lá, cativo, sem que eu pudesse ter visto seu rosto. Você mesmo deve achar estranho meus olhares espantados, perdidos em dejá vù. Nunca tive coragem de te contar, simplesmente porque já era espantoso demais prá mim, que sempre acreditei no extraordinário. Não sei como você receberia esse tipo de informação - será que me acharia louca? Me acharia uma obsessiva que buscava razões mágicas prá te prender?

Te visitei no futuro enquanto me visita o passado. Acredita em coincidências?? Pois eu, que nunca acreditei, juntei minha fé entre as mãos e, em sonho, vi teu nome escrito num céu profundamente azul. O Firmamento já não tem mais segredos para comigo. És meu caminho e assim seremos um pro outro. Não temas.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vai entender...

O telefone interrompe meu sono. Como diariamente, era ele, só que eram 9 horas da manhã. Meu estado era de quase torpor, mas trocamos algumas palavras prá que ele se distraísse nos contratempos. Isso me lembrou que eu precisava falar com a tesoureira sobre os gastos que teríamos com material. Depois de desligar o telefone, troquei uns torpedos com ela e considerei resolvido.

Indo pro local da audiência, algo me apertava o coração e eu nem sabia bem o que era. Eu segurava as lágrimas que vinham com muita força, e eu nem sabia bem o porquê. Aos poucos, consegui reunir forças e voltar ao normal.

Na audiência, sentamos lado a lado. Era tudo o que eu não queria. A cumplicidade, os sorrisos trocados, as conversas sussurradas, tudo me levava a um êxtase ao qual eu não estava preparada. Era um vôo do qual eu sabia que ia cair e me machucar feio.

Resolvi ir no banheiro e acabei demorando mais do que o previsto. Quando retorno, surpreendo-me com Perón mexendo no meu celular. Ele me viu chegar e parecia ter mudado de foco. Perguntou como mandar mensagem. Estranhei, porque, se ele tinha mexido em coisas muito mais complexas, seria fácil encontrar o meio de mandar mensagens. Mas o orientei e ele cumpriu sua tarefa.

Devolvido o telefone, ele disse, assim, como quem nada quer: "ó, o valor do material é X...". Confusa, balancei a cabeça. Quando ele se afastou, chequei minhas últimas conversas via torpedo e uma delas era com a tesoureira sobre o valor. Ele estava me corrigindo porque tinha lido a conversa. Filho da mãe! O que mais ele teria lido???

Já não bastava o ciúme das risadas nas aulas de certo professor? O olho espichado no meu celular enquanto eu trocava torpedos animadamente? Agora isso? Por um lado uma certa satisfação. Por outro, raiva. Porque ele não tem direito de ter ciúmes de alguém que ele diz não querer. E ainda passou o resto da noite me testando...

Mas minha intuição ao menos não parece estar tão errada: minha irmã conversou com ele e parece que há algo perturbando-lhe a cabeça... Ele só não diz o que é, nem prá ela.

Mas, enfim: se é guerra o que ele quer, é guerra o que terá!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Guerreiro menino

O telefone tocou mais uma vez, como eu previa. No entanto, não estava com muita vontade de atender. Levantei, cumpri algumas tarefas. Acabei ligando de volta.

A voz fraca e quase embargada rechaçou a brincadeira que sempre faço quando ele atende ao telefone. "Po, hoje estou triste demais e você fica me chamando de 'mala'...", choramingou. Perdi o chão. Afinal, o bom humor era uma constante, principalmente nas nossas ligações. No entanto, o compreendi. Perguntei o que estava havendo, mas ele se recusava a dizer. "Coisas minhas", dizia ele. E eu sem ter como ajudar, soltei um estúpido "não fica triste não...". Perdida, no ponto de ônibus, me despedi, quase sem lembrar ao certo o que eu estava fazendo ali.

Ele sempre foi muito mais aberto que eu em relação a seus problemas. Eu já sou mais fechada mesmo, é meu, mas ele até consegue tirar algumas coisas de mim. De qualquer forma, sempre senti orgulho e até alegria de saber o quanto ele confiava em mim, inclusive nos momentos mais difíceis. Me sentia quase seu anjo da guarda na Terra... Mas agora, com sua resistência em me contar o que trazia tanta tristeza prá sua voz, eu simplesmente compartilhava com ele uma dor sobre a qual eu não sabia nada. No fim do dia eu ainda tentei descobrir algo ligando mais uma vez, mas nem ele estava melhor, e nem queria dizer a razão.

Assim foi meu fim-de-semana: eu perdida, apenas deixando a vida passar, apenas tentando levar em frente as coisas que eu pelo menos sei. Enquanto uma dor, essa que nem ao menos conheço, implode meu peito, principalmente por eu não sabê-la - muito menos saber como ajudar a extirpá-la dele e de mim.

Voltando prá casa, liguei o rádio. E como sempre, esse oráculo não costuma falhar: