Um pouco de realidade. Um pouco de ficção. Uma estória de amor escrita pelas várias mãos do Destino.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Seu olhar
É, eu gosto de te olhar. Mas não me faz tanta graça olhá-lo estático nas fotos,
por mais espontâneo q seja o seu sorriso. Gosto de te olhar em movimento, os
lábios que se movem enquanto sua voz derrete minhas muralhas, o jeito que você
gesticula, o jeito que estuda as palavras antes de dizê-las. E não precisa estar
falando comigo, nem olhando nos meus olhos: pode ser com qualquer um, que eu
fico ali bem ao lado, parada, meio abobalhada, me concentrando nos cachos dos
meus cabelos prá tentar disfarçar o fascínio quase declarado. É, é difícil não
olhar... Principalmente quando eu sinto você, lá do outro lado de não sei de
onde, olhando prá mim. É quase telepático: sinto um calafrio e meus olhos vão
direto prá onde você está, mesmo que eu não saiba direito. E você desvia o
olhar, com jeito de menino arrependido que quebrou a vidraça da vizinha... E
quando vejo, você já está perto de mim, se aproximando com a timidez de um
adolescente prá dizer coisas. Que coisas? Ah, coisas, coisas... Pode ser
qualquer coisa, mas a gente sempre tem que conversar. Pode ser de sapos, de
pombos... Pode ser da situação caótica da educação brasileira atualmente... Pode
ser da conta atrasada. Coisas, ué! Há uma necessidade constante de compartilhar,
e quando a Vida nos impossibilita de fazê-lo pelo diálogo, a Vida nos dá a
ferramenta do olhar. É simples assim: você olha prá mim, eu olho prá você e
pronto - já dissemos tanta coisa, tanta coisa... Coisas essas que as palavras
muitas vezes não conseguem expressar. Então a gente olha. Eu olho prá você. Você
olha prá mim. E é por isso que tenho sentido tanto a sua falta nesses dias...
terça-feira, 22 de maio de 2012
Pra ser sincera
Olha, dessa vez eu entendi. Principalmente à posição ridícula a que me expus.
"É a vida", você disse. É, é a vida... Ainda mais sendo a minha, tão
cheia de histórias tristes. Eu sabia que ia me machucar – desde a primeira vez
que te vi eu sabia que ia me machucar, e tentei de toda forma não me envolver. E
quando eu pensei que já estava curada de você, tudo aconteceu.
Não vou botar culpa do episódio
dessa noite na bebida porque sou bem grandinha e tenho que assumir minhas
responsabilidades. Meu transtorno?? Tanto menos. Quero dizer que meu amor por
você não foi um sintoma nem diagnóstico de nada. Eu não estava disposta à
situação, estava disposta à pessoa: estava disposta a você. Mas eu entendi,
entendi que o caminho está ocupado.
Não, eu não to bem... Eu senti mta
frustração na hora, lágrimas na garganta, mas bastou uma hora de viagem de
ônibus prá já conseguir rir disso tudo... Isso me é estranho. Talvez você não
seja mesmo tudo aquilo que me faltava... E eu tanto menos estou aqui prá ser uma
pedra no seu caminho.
Consigo rir de mim, consigo rir de
você... Que situação, hein? Realmente, eu não desejaria estar no seu lugar... Ou
você já deve ter vivido isso tantas vezes que nem faz mais diferença... Agora,
tanto faz. Nem sei como vou acordar amanhã de manhã, e sinceramente, nem quero
saber. Vou seguir os teus conselhos e seguir em paz. A amizade continua – pelo
menos da minha parte. Eu vou superar. Ou não – não sei ao certo, me deixe quieta
aqui prá eu digerir meus pensamentos...
Enquanto isso, conte-me vc!
sexta-feira, 18 de maio de 2012
"Entre borrachas e apontadores..."
Até quando você vai fugir? Vai fingir que não me olha, que não espera meu
abraço, que não espera a hora de mexer no meu cabelo? Até quando vai arrumar
desculpas prá me ligar sem ter que dizer o óbvio? Até quando vai disfarçar a
alegria de falar comigo? Todos já notaram, será que só você não vê?
O desejo contido querendo sair, a mágica entre nós mesmo nos momentos descontraídos... A situação está quase insuportável tanto prá você quanto prá mim?
Pois hoje, antes que caíssemos no erro mais uma vez, lembrei do dia em que você implorou para que eu não o tentasse. Bom, se é assim que tem que ser, eu fiz o meu melhor. Eu não sei se você entendeu, mas você é inteligente e maduro... Até porque, com tantos afazeres na agenda, você não vai abrir espaço só prá criar esse conflito, não é mesmo?
Preciso de mais afazeres na minha agenda também... Assim penso menos nisso.
Bem, ainda não é pecado se preocupar com um amigo, ou rir puerilmente com ele... Sigamos então brincando na nossa "velha infância", e tudo seguirá como num "trem da alegria". Simbolismos bregas, eu sei. Mas só nós entendemos...
O desejo contido querendo sair, a mágica entre nós mesmo nos momentos descontraídos... A situação está quase insuportável tanto prá você quanto prá mim?
Pois hoje, antes que caíssemos no erro mais uma vez, lembrei do dia em que você implorou para que eu não o tentasse. Bom, se é assim que tem que ser, eu fiz o meu melhor. Eu não sei se você entendeu, mas você é inteligente e maduro... Até porque, com tantos afazeres na agenda, você não vai abrir espaço só prá criar esse conflito, não é mesmo?
Preciso de mais afazeres na minha agenda também... Assim penso menos nisso.
Bem, ainda não é pecado se preocupar com um amigo, ou rir puerilmente com ele... Sigamos então brincando na nossa "velha infância", e tudo seguirá como num "trem da alegria". Simbolismos bregas, eu sei. Mas só nós entendemos...
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Velha Infância
Lembro pouco desse dia. Tivemos um breve luau com amigos na praia. Aos poucos se dissiparam, nós ficamos dividindo uma cerveja na porta da universidade. Você se sentou, pediu prá eu sentar ao seu lado. Falava, me abraçava embriagado. E eu só lembrando do dia em que você pediu prá não deixar minha boca tão perto da sua - então por que a sua estava tão perto da minha?
Você então lembra de uma música que ouviu e que te fez lembrar de mim...
"Você é assim, um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor...
E a gente não se cansa
De ser criança - A gente brinca
Na nossa velha infância...
Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só...
Você é assim, um sonho pra mim
Quero te encher de beijos
Eu penso em você desde o amanhecer
Até quando eu me deito...
Eu gosto de você e gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor..."
E ignorando todos à nossa volta, fizemos um dueto, como quem canta prá lua avermelhada que brotava no horizonte. Não podia dar certo: falhamos miseravelmente na missão de deixar tudo como estava.
Estávamos sós, no ponto de ônibus. Eu me escorava em você, talvez pelo sono, talvez pelo álcool ingerido. Ficamos perto o suficiente para sentirmos a respiração um do outro, o que se tornou irresistível. Você me senta na mureta do ponto, segura meus cabelos, me observa me dissolvendo em suas mãos... Depois conversamos, nos abraçamos e brincamos como um casal de namorados felizes. Como se o resto do mundo tivesse deixado de existir.
Foi bom... Muito bom... Mas o que há de ser depois?
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