quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vai entender...

O telefone interrompe meu sono. Como diariamente, era ele, só que eram 9 horas da manhã. Meu estado era de quase torpor, mas trocamos algumas palavras prá que ele se distraísse nos contratempos. Isso me lembrou que eu precisava falar com a tesoureira sobre os gastos que teríamos com material. Depois de desligar o telefone, troquei uns torpedos com ela e considerei resolvido.

Indo pro local da audiência, algo me apertava o coração e eu nem sabia bem o que era. Eu segurava as lágrimas que vinham com muita força, e eu nem sabia bem o porquê. Aos poucos, consegui reunir forças e voltar ao normal.

Na audiência, sentamos lado a lado. Era tudo o que eu não queria. A cumplicidade, os sorrisos trocados, as conversas sussurradas, tudo me levava a um êxtase ao qual eu não estava preparada. Era um vôo do qual eu sabia que ia cair e me machucar feio.

Resolvi ir no banheiro e acabei demorando mais do que o previsto. Quando retorno, surpreendo-me com Perón mexendo no meu celular. Ele me viu chegar e parecia ter mudado de foco. Perguntou como mandar mensagem. Estranhei, porque, se ele tinha mexido em coisas muito mais complexas, seria fácil encontrar o meio de mandar mensagens. Mas o orientei e ele cumpriu sua tarefa.

Devolvido o telefone, ele disse, assim, como quem nada quer: "ó, o valor do material é X...". Confusa, balancei a cabeça. Quando ele se afastou, chequei minhas últimas conversas via torpedo e uma delas era com a tesoureira sobre o valor. Ele estava me corrigindo porque tinha lido a conversa. Filho da mãe! O que mais ele teria lido???

Já não bastava o ciúme das risadas nas aulas de certo professor? O olho espichado no meu celular enquanto eu trocava torpedos animadamente? Agora isso? Por um lado uma certa satisfação. Por outro, raiva. Porque ele não tem direito de ter ciúmes de alguém que ele diz não querer. E ainda passou o resto da noite me testando...

Mas minha intuição ao menos não parece estar tão errada: minha irmã conversou com ele e parece que há algo perturbando-lhe a cabeça... Ele só não diz o que é, nem prá ela.

Mas, enfim: se é guerra o que ele quer, é guerra o que terá!


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